Entre 2005 e 2015, realizaram-se cinco bienais sobre o tema do Design Social e o papel do design como estímulo da inovação social na cidade holandesa de Utrecht. Como conclusão, a Fundação organizadora publicou um manifesto em junho de 2015, que enumera dez princípios básicos do design ético e socialmente responsável e foi planeado como uma ferramenta mental.
Os conceitos do Modernismo foram a fonte de inspiração para o Manifesto Utrecht. No início deste movimento, a Humanidade e a sociedade eram o principal foco, mas, com o passar do tempo, isso alterou-se e o consumo tornou-se o mais importante. Porém, apesar deste novo mercado, os criadores acreditaram que isto poderia mudar. Acreditaram no desenvolvimento da "the good society", um mundo utópico onde tudo é justo e onde toda a gente tem acesso a bens essenciais.
Assim, as 10 teses que sustentam este manifesto e, consequentemente, a prática do Design em colaboração com a sociedade são:
1. Relacionar-se com a sociedade - os utilizadores são parceiros com quem o designer colabora de modo a desenvolver um bom produto. Designers que vêem para alem da tecnologia e condições económicas, conseguem aumentar a inovação social.
2. Design Social - o design contribui para a interação entre utilizadores. Analisar estas interações é uma tarefa crucial para moldar a qualidade do ambiente social.
3. Agir de forma sustentável - cada designer contribui para a nossa capacidade de gerir os recursos naturais e o potencial humano numa maneira sustentável.
4. Conectar Ética com Estética - os produtos, ao serem utilizados, provocam certos comportamentos que refletem a ética do criador e do utilizador. Operar contra esta tese é operar de uma maneira imoral.
5. Compromisso - um design que transmite empatia aumenta o tempo da utilização do produto e contribui para o desenvolvimento de uma "good society".
6. Ser Crítico - designers partilham a responsabilidade de facilitar uma sociedade aberta e justa e, neste caso, o espírito crítico de um designer é muito importante.
7. Ser transparente - a transparência é necessária: um criador tanto mostra o sucesso de um produto como expressa o que precisa de ser melhorado. Um design que está aberto a crítica é um design social.
8. Ser solidário e modesto - o designer é uma parte essencial para melhorar as condições de vida da população. Ser modesto e servir este processo, em vez de procurar fama, é um dos maiores objetivos que um designer pode alcançar.
9. Ser persistente - designers estão preparados para reimaginar os contornos da sociedade. Um criador que está presente socialmente, investiga a realidade e cria soluções.
10. Aceitar a responsabilidade - A rede internacional de escolas de design pode servir como um incentivo para novas visões sobre o papel social do design. Tais mudanças podem ser produzidas em colaboração com outros e desenvolvidas ainda fora da academia.
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